Casos de covid no futebol são iguais a de profissionais da saúde

Em março, as partidas de futebol foram suspensas com previsão de retomada em 14 de junho

POR Karina Toledo/Agência FAPESP*

Estudo conduzido na USP revela que a incidência de infecção pelo novo coronavírus entre os atletas da Federação Paulista de Futebol durante a temporada de 2020 foi de 11,7% – um índice equivalente ao de profissionais de saúde que atuam na linha de frente do combate à pandemia.

Para chegar a esse número, os autores analisaram retrospectivamente quase 30 mil testes de RT-PCR aplicados em 4.269 atletas ao longo de oito torneios, sendo seis masculinos (Taça Paulista, Sub-23, Sub-20 e as três divisões do Campeonato Paulista) e dois femininos (Campeonato Paulista e Sub-17). Ao todo, 501 exames confirmaram a presença do SARS-CoV-2. Também foram analisados 2.231 testes feitos em integrantes das equipes de apoio (profissionais da saúde, comissão técnica, dirigentes, roupeiros etc.) e 161 deram positivo, ou seja, 7%.

“É uma taxa de ataque bem superior à observada em outros países. Na liga dinamarquesa de futebol, por exemplo, foram quatro resultados positivos entre 748 atletas testados [0,5%]. Na Bundesliga [da Alemanha], foram oito casos entre 1.702 jogadores[0,6%]. Mesmo no Catar, onde há um risco moderado de transmissão comunitária, o número foi menor do que o nosso: 24 positivos entre 549 avaliados [4%]. Comparados aos outros casos de que se tem registro, portanto, nossos jogadores se infectaram entre três e 24 vezes mais”, conta à Agência FAPESP Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina (FM-USP) e coordenador da pesquisa.

No artigo, que ainda está em processo de revisão por pares, os autores afirmam que os números provavelmente estão subestimados. O grupo teve acesso à base de dados do laboratório comissionado pela Federação Paulista de Futebol para testar os atletas. No entanto, os jogadores de times que disputaram torneios nacionais tiveram a opção de fazer os testes em laboratórios comissionados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Esses resultados, portanto, não entraram na análise.

De qualquer modo, os dados de São Paulo indicam que o vírus afetou igualmente os homens e mulheres avaliados. Já quando se comparam os resultados dos atletas e dos membros do staff, nota-se que a taxa de ataque foi maior no primeiro grupo. Porém, os casos graves foram mais frequentes no segundo grupo, que tem uma média de idade mais alta e condições de saúde mais heterogêneas.

“Esse é um dado que preocupa. Os poucos casos graves – entre eles um que evoluiu para óbito – foram registrados entre os integrantes do staff. Embora nossos dados sinalizem que os atletas tendem a desenvolver apenas sintomas leves ou mesmo serem assintomáticos, eles podem atuar como vetor de transmissão para a comunidade. Em geral, são indivíduos com uma vida social muito ativa”, afirma Gualano.

O pesquisador ressalta que a política que prevê o rastreio de contactantes nunca foi implementada no Brasil e, portanto, não é possível mensurar o impacto das infecções secundárias provocadas pelos jogadores em seus domicílios ou círculos sociais.

Onde está o risco

Devido às medidas de distanciamento social implementadas no Estado São Paulo em março de 2020, as partidas de futebol foram suspensas temporariamente e retomadas no dia 14 de junho. Para minimizar o risco de transmissão da COVID-19, o Comitê Médico da Federação Paulista de Futebol criou um protocolo que prevê testagem frequente dos atletas e equipes de apoio, isolamento de infectados, rastreio de contactantes (dentro do ambiente esportivo) e uma série de medidas de higiene.

“Os casos apareceram toda vez que houve fuga do protocolo”, afirma Moisés Cohen, presidente do Comitê Médico. “É um ambiente controlado, onde os riscos são monitorados e minimizados, dentro do possível, fazendo testes a cada dois ou três dias. Para aqueles que saem [da concentração] e voltam os testes são diários. Também implementamos rastreamento de contatos em caso de RT-PCR positivo e todos os cuidados de proteção, como EPI [equipamento de proteção individual] e álcool gel”, explica.

Segundo Gualano, de fato o risco de transmissão do vírus durante as partidas tem se mostrado pequeno. Mas há outros fatores que comprometem a eficácia do protocolo, que o professor da FM-USP considera tecnicamente adequado.

“Funcionaria se fosse aplicado na Dinamarca ou na Alemanha. Conta-se muito com o bom senso dos atletas, que são orientados a ir do Centro de Treinamento para casa e a manter o distanciamento social e as medidas não farmacológicas de proteção nas horas de descanso. Mas aqui no Brasil uma boa parcela não segue essas regras e não sofre qualquer tipo de punição. Além disso, viaja-se muito para disputar as partidas. Os times menores vão de ônibus, comem em restaurantes e ficam provavelmente mais expostos do que os jogadores de elite. Nossa desigualdade social permeia também o futebol”, diz Gualano.

O estudo evidencia que alguns times foram bem mais afetados. Um deles chegou a registrar 36 casos positivos, sendo 31 em um único mês. Sete times tiveram mais de 20 casos confirmados e 19 registraram dez ou mais casos. Para Cohen, todos os surtos são consequências de quebra do protocolo.

Gualano vê com grande preocupação o fato de o Campeonato Paulista ter sido retomado na cidade fluminense de Volta Redonda duas semanas após os jogos terem sido suspensos no Estado de São Paulo, em 11 de março, diante do recrudescimento da pandemia e da emergência de variantes virais mais agressivas.

“Enquanto a transmissão da COVID-19 não for mitigada, qualquer setor que reabra representa um risco elevado de contágio. A única alternativa segura seria isolar completamente o futebol dentro de uma bolha, como fez a NBA [Associação Nacional de Basquete, dos Estados Unidos], a um custo de US$ 170 milhões. Ou fecha ou isola”, defende o professor da FM-USP.

A pesquisa foi realizada no âmbito da coalizão Esporte-COVID-19, formada por pesquisadores do Hospital das Clínicas (FM-USP), Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital do Coração (HCor), Complexo Hospitalar de Niterói, Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e Núcleo de Alto Rendimento Esportivo, com o apoio da Federação Paulista de Futebol. O consórcio tem o objetivo de acompanhar as possíveis consequências de longo prazo da COVID-19 em jogadores de futebol e outros atletas de elite.

  • Além de Gualano e Cohen, dois bolsistas de doutorado da FAPESP assinam o artigo: Ana Jéssica Pinto e Ítalo Ribeiro Lemes.

 

Brasil está de joelhos para Estados Unidos e China, diz parlamentar

Senadora Kátia Abreu espera que EUA e China ajudem o Brasil com parcerias em vacinas

“Estamos precisando falar para o mundo que nos convertemos em um grande covidário. Representamos um risco global de ser produtor de novas cepas. Precisamos de vacinas, e muitas. Não pode ser a conta-gotas, como estamos recebendo”, afirmou nesta segunda-feira, a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, à BBC News Brasil.

Há semanas, Kátia Abreu articula uma ofensiva no Congresso, independente do Itamaraty, para tentar acessar mais doses de vacinas no exterior para a população brasileira. Seu foco está nos dois maiores parceiros comerciais do Brasil: EUA e China.

“A parceria vai começar que horas? Essa é a hora do Biden ficar de olho, da China se mexer, mostrarem que são amigos. Porque um amigo não deixa o outro de joelhos, não. Queremos comprar, os americanos e os chineses têm pra vender. Vão nos deixar sofrendo? Nós aguentamos, mas jamais esqueceremos”, afirma Kátia Abreu.

EUA e China acumularam problemas diplomáticos com o Brasil nos últimos meses. No caso americano, Bolsonaro chegou a falar em fraude nas eleições presidenciais, quando Joe Biden foi anunciado vencedor sobre o republicano Donald Trump, seu aliado. Com a China, o chanceler Ernesto Araújo e o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, colecionaram rusgas com o embaixador chinês no Brasil via redes sociais.

Nada disso, para Kátia Abreu, poderia justificar que os dois países não socorressem o Brasil nesse momento.

“Não se pode nivelar o Brasil por baixo, por uma inadequação de dois ou três representantes brasileiros”, afirmou a senadora, sem citar quem seriam tão representantes.

Segundo ela, o Brasil foi prejudicado pelo “negacionismo” do Executivo. O presidente Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a “vacina chinesa do João Dória”, em relação a Coronavac, que responde pela maioria das pessoas imunizadas hoje no país, e entrou em embates públicos com a Pfizer, de quem recusou contrato de venda de doses repetidas vezes no ano passado.

Dizendo-se desinteressada em brigas internas e focada na obtenção de vacinas, Kátia Abreu tenta se credenciar como interlocutora internacional.

“O governo brasileiro não é só o Executivo. Se o Executivo abriu mão da interlocução, nós no Congresso não vamos abrir”, afirma a senadora.

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Cantor famoso perde briga na Justiça para colegas de banda

Paulo Ricardo e o RPM fizeram muito sucesso no auge do Rock Nacional

Justiça de São Paulo proibiu o cantor Paulo Ricardo de usar a marca RPM bem como explorar comercialmente as principais músicas da banda, a mais popular do rock nacional nos anos 1980. O vocalista foi condenado pela juíza Elaine Faria Evaristo, da 20ª Vara Cível de São Paulo, em um processo movido em 2017 pelos demais integrantes do RPM (Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e Paulo Pagni, que morreu em 2019). Paulo Ricardo vai recorrer da decisão.

Por conta da sentença, o vocalista somente poderá gravar ou se apresentar cantando clássicos como “Louras Geladas”, “Olhar 43” e “Rádio Pirata” se houver a concordância expressa do tecladista Schiavon, coautor das canções. O ponto central da disputa é um contrato assinado em 2007 no qual os músicos se comprometeram a não explorar individualmente o nome RPM. Paulo Ricardo ficou, então, responsável por registrar a marca no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) como propriedade dos quatro. Mas, segundo os demais músicos, que o acusam de deslealdade e má-fé, ele o fez apenas em seu próprio nome.

BENS BLOQUEADOS

Paulo Ricardo deve penhorar R$ 390 mil em direitos autorais para pagar um processo aberto pelo tecladista João Eugênio. A briga começou há 10 anos quando o músico processou a empresa de Paulo Ricardo exigindo que os serviços prestados para a banda fossem reconhecidos com base no regime CLT.

Três anos depois, segundo a colunista Fábia Oliveira, a Justiça considerou que a relação entre o tecladista e Paulo Ricardo caracterizava um vínculo trabalhista e determinou uma multa de R$50 mil. A defesa do cantor recorreu da sentença, mas, em 2016, o tecladista ganhou a ação em segunda instância. Em junho do ano passado, o tecladista e o cantor participaram de uma audiência de acordo, mas eles não se acertaram. Desde então, o valor devido por Paulo Ricardo ao tecladista foi corrigido e chega, atualmente, à quantia de R$ 390 mil.
De acordo com o site UOL, o processo foi movido contra a empresa de Paulo Ricardo. Ao longo da ação, não foram encontrados ativos em nome da empresa para quitar o débito. A Justiça autorizou a desconsideração da personalidade jurídica, intimando Paulo Ricardo, como pessoa física, a assumir a dívida.

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Apresentadora deixa Record por discordar da cobertura na pandemia

Jornalista Adriana Araújo discordava da cobertura da emissora na pandemia

247 – A jornalista Adriana Araújo utilizou o Instagram para anunciar nesta sexta-feira que, após 15 anos, está de saída da Record TV. Ela publicou um longo texto afirmando que sempre se posicionou ao lado da ciência e da vida desde o começo da pandemia de Covid-19.

Em 2020, Adriana criticou a cobertura da emissora sobre a pandemia e cobrou ações do governo Jair Bolsonaro contra o coronavírus. Bolsonaro é amigo íntimo do pastor e empresário Edir Macedo, dono da Record.

Adriana Araújo foi repórter especial, âncora do Jornal da Record e atuou em grandes eventos como os Jogos Pan-Americanos e eleições.

“Lutei por preservar a dignidade profissional da qual não se pode abrir mão. Vou sempre me lembrar de quem caminhou junto comigo nessa jornada. Felizmente todos eles sabem quem são”, escreveu a jornalista em rede social.

Maranhão vai ter feriado antecipado já na próxima semana

Leitos de UTI estão ficando cada vez mais escassos no estado para pacientes com covid 19

O decreto governamental com medidas restritivas foi prorrogado por mais uma semana e vai até o próximo dia 28 de março. Além disso, o governador Flávio Dino anunciou novas medidas para conter o avanço do coronavírus no estado. Entre elas estão: Antecipação do feriado de 28/07 quando é celebrado Adesão do Maranhão à Independência do Brasil para a próxima sexta-feira, dia 26/03; Sábado e domingo. A partir da próxima segunda feira, dia 22 até dia 28 estão suspensas as cirurgias eletivas. Objetivo é manter o estoque de medicamentos na rede estadual, principalmente anestésicos. Construção civil só poderá funcionar das 7 às 16 h. A intenção é diminuir as aglomerações no transporte público. As academias só poderão funcionar com 50% da ocupação total. O mesmo acontece com os supermercados, que só poderão atender uma pessoa por família.

VACINAÇÃO

Ainda durante a coletiva o governador observou que segundo especialistas teremos mais 5 ou 6 semanas muito difíceis com o agravamento da pandemia e que neste momento suspender medidas restritivas seria um erro. Disse ainda que o governo federal errou em não contratar vacina em tempo hábil, porque está comprovado que vacinação faz a diferença citou os EUA e Israel e disse que o Maranhão recebeu até dia 18 de março recebeu 632 mil doses de vacinas por meio do Programa Nacional Imunização. 438 mil doses foram distribuídas aos municípios e deste total 341 mil doses foram aplicadas. Com isso, 194 cidades estão com vacinação acima de 70%. Flávio Dino ao falar da compra das 4,5 milhões de doses da vacina Russa Sputinik V pelo estado do Maranhão disse que “nada é mais importante para um governante sério que a vida das pessoas”.

OCUPAÇÃO DE LEITOS

O governador destacou ainda que os casos continuam crescendo no estado mesmo em ritmo mais lento, porém a situação é delicada dos 232 leitos de UTI da rede estadual na Ilha, 95,26% estão ocupados, em Imperatriz não há mais vagas. A ocupação chegou a 100%. Mas voltou a falar que o Maranhão ainda é o estado com menos mortes por milhão de habitantes com 5.603 óbitos. “Pedimos compreensão e um gesto de fraternidade para que juntos possamos vencer essa quadra de sofrimento que o Brasil atravessa”, finalizou o governador.