Cão salva criança é morto e vira santo proibido pela Igreja

Cão não virou santo porque para Igreja venerar animal parecia mais idolatria do que cristianismo

Por volta do ano 1200, uma trágica história teria ocorrido em um castelo na região de Lyon, então parte do Sacro Império Romano-Germânico, atual França. O casal de nobres que ali morava precisou sair para resolver problemas no povoado vizinho. Durante a ausência, o filho deles, um bebê, ficou sozinho no quarto.

Quando eles retornaram, encontraram o cômodo todo bagunçado, com marcas de sangue pelo chão. E o cachorro que ali vivia, um galgo chamado Guinefort, veio ao encontro deles. Tinha sangue em sua boca.

Desesperado, o homem não teve dúvidas: aquele cão havia matado seu filho. Em um segundo, com sua espada, ele decepou o animal.

Mas alguns minutos depois, o casal percebeu que havia cometido uma grande injustiça: enquanto o bebê estava dormindo tranquilamente, uma cobra perigosa estava trucidada, morta, ao canto do quarto, com a cabeça arrancada. Sim, o cão havia matado a cobra para proteger o filho. Havia sido um herói.

Profundamente arrependido, o homem mandou providenciar um enterro com honras para Guinefort, com direito a lápide. Aos poucos, a história acabou ganhando contornos de lenda, aumentada e espalhada. E o local se tornou um ponto de devoção popular.

Mais que herói, Guinefort havia se tornado um santo. São Guinefort. Procurado principalmente por mães aflitas em busca de curas milagrosas para seus filhos doentes.

Mas no entendimento da Igreja, havia algo errado. Venerar um animal parecia mais idolatria do que cristianismo.

“A Igreja, de fato, condena a prática da veneração a animais, porque a tradição católica entende que a santidade é uma dádiva concedida por Deus especificamente ao ser humano, que foi criado à sua imagem e semelhança”, explica o estudioso de hagiologias Thiago Maerki, pesquisador da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e associado da Hagiography Society, dos Estados Unidos.

Para o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie, o ponto-chave é entender que, para o cristianismo, “o ser humano é a joia da criação de Deus”.

“Este é o elemento fundamental da concepção judaico-cristã: Deus cria absolutamente tudo, mas é ao ser humano dotado de razão que ele acaba, de alguma forma, fazendo transparecer sua imagem e semelhança”, aponta.

“Nesse sentido, a tradição eclesiástica entende que esse privilégio dos seres humanos nos colocam em um patamar acima dos animais. Os animais também representam a criação de Deus, mas os seres humanos são racionais, carregando a ideia e o conceito de serem imagem e semelhança do próprio Deus”, acrescenta ele.

Nesse sentido, o teólogo lembra que “a veneração de animais” acaba sendo vista como “algo que poderia se configurar uma idolatria”.

“E a Inquisição acaba agindo de maneira truculenta, violenta até, em defesa dessa concepção teológica, para evitar que um animal fosse adorado”, contextualiza Moraes.

Coube ao religioso dominicano Estevão de Bourbon (1180-1261) dar um basta a essa história. Considerado um dos primeiros inquisidores da Igreja, ele dedicou-se a enumerar e escrever sobre o que ele considerava como sendo os bons e os maus exemplos daquele tempo. E condenou veementemente a devoção ao santo canino.

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Suspeito de tráfico preso em estádio no jogo do Fluminense

Chefe do tráfico é preso enquanto assistia jogo do Fluminense

Foka, suspeito de tráfico, foi detido quanto assistia ao jogo do Fluminense

Na noite de quarta-feira (17), Marco Aurelio dos Santos Rocha, conhecido como Foca, foi preso pela Polícia militar do Rio de Janeiro enquanto assistia ao confronto do Fluminense com o Fortaleza, no Estádio do Maracanã, pela Copa do Brasil. Ele é suspeito de chefiar o tráfico de drogas na Cidade Maravilhosa. A informação foi divulgada inicialmente pelo jornalista Diego Sangermano, do SBT Rio.

Segundo o jornalista, Foca é o chefe do trafico de drogas da favela do Castelão, que fica em Belford Roxo (RJ). Ele ainda seria um dos responsáveis pelo sequestro e morte dos meninos de Belford Roxo.

Foca estava no meio da torcida do Fluminense, vestido com uma camisa do clube com seu apelido, quando foi abordado durante o confronto da Copa do Brasil.

No jogo, o Fluminense empatou em 2 a 2 com o Fortaleza, mas quem saiu perdendo foi torcedor preso suspeito de chefiar o tráfico.