A falta de governança acelera a degradação de nossas riquezas naturais

Uma das formas de perda de extensão da floresta amazônica, são as queimadas

POR PAULA VERÔNICA JORGE SANTOS*

No dia 22 de dezembro de 2020 foi “comemorado” o dia da consciência ecológica. A data foi criada para homenagear o brasileiro Chico Mendes, ativista ambiental, seringueiro e nortista que lutou em prol do reconhecimento da importância e indissociabilidade das relações ecológicas entre as árvores e os demais seres. Ele sabia que as questões ambientais mantêm um vínculo lógico e óbvio com as realidades sociais, econômicas e culturais, conduzindo-nos ao entendimento que é necessário reconhecê-las, entendê-las, e incorporá-las como relevantes no processo de governança, a partir do qual, se faz imprescindível transformá-las em discussões apuradas, que conduzam para a consolidação da governança ambiental.

Muitos foram os avanços sobre as questões ambientais brasileiras conseguidos por ele, sua luta trouxe notoriedade internacional à exploração desenfreada da floresta amazônica, às condições de subjugação e ao grito de socorro dos diversos povos ali estabelecidos, que suplicavam pelo reconhecimento de garantias às condições diferenciadas de funcionamento desse ambiente, regional.

Esse ambiente regional, é a maior floresta tropical do mundo, percorre 9 estados brasileiros totalizando 61% do território do país, e em menor proporção, é encontrada em mais 8 países. Essa importante feição ecológica vem sofrendo ao longo de muitos anos o preço do desenvolvimento a qualquer custo, por trás do qual existe uma série de problemas de ordem política, social e econômica.

Esses problemas se intensificaram no ano de 2020, atípico não só por questões de saúde, mas por todo o contexto mundial modificado por aquelas questões. Problemas como pressão populacional, agricultura, pecuária, exploração de madeira, grilagem, garimpo vêm degradado a floresta há vários anos, em alguns casos, tais modificações já são consideradas irreversíveis, essa é a realidade de vários países. No entanto, para o Brasil, 2020 representou a ano de maior perda de extensão do bioma amazônico, desde que a governança ambiental, desenvolvida por chico mendes, começou a ser exercida. Essa observação é, preocupante, não há respostas científicas, que consigam explicar de forma satisfatória o status de degradação alcançado, sim, porque o cenário que se apresenta, é uma verdadeira desgraça ambiental, ecológica, social e cultural.

Uma das formas de perda de extensão da floresta amazônica, são as queimadas, cujos registros indicam pelo menos 89.604 focos de calor, pelo menos 400 focos a mais que no ano 2019, no qual os focos também foram elevados, e pelo menos 30% maiores do que no ano de 2018. Os maiores índices de queimadas registrados ocorreram nos anos de 1998 e 2004 e para esses dois eventos há explicações científicas, caracterização climáticas, anos com baixos índices de precipitação, o que naturalmente favorece o aparecimento de focos de calor e a propagação deles. O que não ocorreu nos anos de 2019 e 2020, considerados anos em que a precipitação na maior parte do país, esteve acima da média de um período de observação de 30 anos.

A falta de justificativas científicas para explicar o atual cenário, indica um dilema ético, no qual se negam as evidências científicas e a própria realidade, fato concretizado por ações de enfraquecimento de entidades de pesquisa e regulamentação ambiental renomadas e reconhecidas mundo a fora, dando indícios de um processo de retardamento ambiental, do governo brasileiro. É nítido a intenção de burlar a ciência e convencer a população de que não há alternativas, no entanto, cabe destacar, que a ciência não é opinião, é episteme.

O que é preciso entender, é que todos os países passaram por grandes dificuldades ambientais em 2020, mas nos países com governança ambiental clara, ações assertivas foram tomadas, na etiópia mais de 350 milhões de árvores foram plantadas no ano de 2020, em um único dia. A ação ocorreu como fruto de um projeto de governo denominado Green Legacy Initiative, que busca combater a degradação ambiental no país, que cabe destacar sofre de problemas ambientais ainda mais graves que os brasileiros. Na Índia, ações conjugadas entre Ongs e o governo foram responsáveis pelo plantio de mais de um milhão de árvores frutíferas em 2020.

Já no Brasil, as ações observadas foram o discurso anticientífico da naturalidade dos desastres, Ongs acusadas pelo governo, enfraquecimento de instituições e profissionais de referência na área, queimadas aceleradas e em índices não esperados na Amazônia e no Pantanal, recorde negativo de desmatamento na Amazônia no período de 10 anos, representando uma elevação de 82% de desmatamento em relação a governos anteriores, ficando nítido que de fato é o retardamento ambiental que conduz à ausência de governança ambiental.

Por fim, é triste constatar, que a Amazônia, o pantanal e tudo que ali vive, gritam por socorro, e que o algoz, é quem deveria protegê-los. Infelizmente, no último dia 22 de dezembro, o Brasil não teve motivo para comemorar o simbolismo da data, e projetar os próximos dias 22 de dezembro que estão por vir, é angustiante. No entanto, é preciso acreditar que a ciência, a consciência e a educação é a via pela qual se poderá combater a fase atual de retardamento ambiental, e que essa fase negra da história ambiental do nosso país, vai passar!

* Doutora em Biodiversidade e Biotecnologia, Mestre em Direito Ambiental e politicas públicas, especialista em gestão, auditoria e perícia ambiental, especialista em educação ambiental, sou professora e coach educacional.

 

 

 

São Luís saí na frente e adota o CadÚnico contra a Covid-19

Prefeito Eduardo Braide acompanhou vacinação no Hospital Aldenora Belo

São Luís é a primeira capital do país a usar a base do CadÚnico para localizar idosos e efetuar a vacinação da Covid-19. O Cadastro Único é um conjunto de informações sobre as famílias brasileiras em situação de pobreza e extrema pobreza. Essas informações são utilizadas pelo Governo Federal, pelos Estados e pelos municípios para implementação de políticas públicas capazes de promover a melhoria da vida dessas famílias. Em São Luís, idosos em situação de vulnerabilidade social sem condições para fazer o agendamento da vacinação pela internet também estão sendo atendidos nas suas localidades por meio de um trabalho conjunto da Semus e da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas).

PACIENTES ONCOLÓGICOS

Pacientes oncológicos começaram a ser vacinados contra a Covid-19, no sábado (6), em São Luís, iniciando mais uma etapa do Plano Municipal de Imunização. A vacinação está ocorrendo nas próprias unidades onde os pacientes fazem seus tratamentos. Já estão sendo atendidos os pacientes do Hospital do Câncer Aldenora Bello e do Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho, totalizando 200 pacientes deste grupo.

“Ampliamos o grupo de pessoas imunizadas, começando a vacinação dos pacientes oncológicos. Atendemos, no sábado, 100 pacientes do Hospital do Câncer Aldenora Bello pela manhã, e à tarde, mais 100 pacientes do Hospital Geral Tarquínio Lopes Filho, que é da rede estadual. Ao lado disso, iniciamos na sexta-feira a vacinação dos pacientes acamados acima de 100 anos. Estamos aguardando a chegada de novas doses de vacina para que a gente possa avançar na vacinação em São Luís, a partir desta segunda-feira”, informou o prefeito Eduardo Braide.

NOVAS DOSES

Um novo lote de 72 mil doses de vacina foi enviado pelo Governo Federal ao Governo do Estado, que fará a distribuição entre os municípios, incluindo São Luís. Enquanto não recebe as novas doses, a Prefeitura já conta com logística para que a aplicação ocorra de forma rápida e segura aos públicos definidos como prioritários pelo Ministério da Saúde, conforme o Plano Nacional de Imunização.

O atendimento na capital maranhense está ocorrendo de forma descentralizada para evitar aglomerações. Foi montado o Centro Municipal de Vacinação no Multicenter Sebrae, no bairro Cohafuma; e, além disso, foi disponibilizado o sistema drive-thru montado na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Os idosos acamados estão sendo vacinados em casa pelas equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

 

Morre a trans que ficou famosa ao desfilar em reportagem do SBT

Morreu em Porto Velho, Rondônia, a trans Úrsula, conhecida como ‘Maravilhosa’. Em 2019, ela viralizou ao desfilar para a câmera durante a gravação de uma reportagem da TV Allamanda, afiliada do SBT. Na época, a imagem foi compartilhada até pela famosa drag RuPaul.

Maravilhosa, que vivia em situação de rua estava internada no Centro de Medicina Tropical de Rondônia – Cemetron. De acordo com o site News Rondônia, ela estava tratando tuberculose e pneumonia, mas acabou morrendo com sintomas de covid-19

Nas redes sociais, vários internautas lamentaram a morte dela.

Me recuso a acreditar que a MARAVILHOSA morreu!
ela não merecia essas ruas de porto velho ╥﹏╥ agora está brilhando e desfilando em um lugar digno. covid filho da puta pq não leva o b*****aro!!! https://t.co/K8ClUO9QnW

O vídeo que deixou a trans famosa mostra ela desfilando calmamente e fazendo pose de passarela, chegando a arrancar um sorriso da repórter que se preparava para gravar.

Depois da imagem girar o mundo, Maravilhosa ganhou uma transformação promovida por um maquiador de Porto Velho.

 

CoronaVac acabou com “jacaré” criado pelos negacionistas

A vacina CoronaVac é usada em cerca de 90% das imunizações no país contra o novo coronavírus

O Brasil já registra mais de dois milhões de pessoas vacinadas contra a Covid-19 e o Ministério da Saúde contabilizou apenas 1.038 comunicações de eventos adversos por pessoas que já foram imunizadas. Desses casos, apenas 20 foram considerados graves, mas sua relação com as vacinas ainda precisa ser confirmada. Os dados são da última terça-feira, 2, data da mais recente atualização da pasta.

Os números indicam que a ciência mais uma vez vence a desinformação propagada pelo bolsonarismo, que repetem, sem embasamento científico algum, que os imunizantes causam graves efeitos colaterais. Jair Bolsonaro chegou a dizer no, dia 17 de dezembro, sobre a vacinação: “Se você virar um jacaré, é problema seu“.

Segundo reportagem do jornal O Globo, apenas 5 a cada 10 mil vacinados relataram algum efeito colateral após tomarem a vacina, ou 0,05%. De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns foram cefaleia (dor de cabeça), febre, mialgia (dor muscular), diarreia, náusea e dor localizada.

De acordo com o consórcio de veículos de imprensa, o total de vacinados na quinta-feira, 5, já ultrapassava 3 milhões de pessoas no Brasil.

Especialistas afirmam que os números baixos de queixas reforçam o perfil de segurança das vacinas, notadamente a CoronaVac, utilizada em mais de 90% das imunizações até o momento. O outro imunizante adotado no país é o da AstraZeneca/Oxford.

Garotas brasileiras descobrem asteroides antes da Nasa

Micaele Vitória e Laura fizeram história na astronomia brasileira com descoberta de asteroide

Duas adolescentes de 17 anos, alunas da rede estadual de ensino, descobriram, cada uma, um novo asteroide que nem a Nasa havia identificado. Micaele Vitória Cavalcante Gomes, de São José dos Campos, e Laura dos Santos Dias, de São Paulo, são participantes de um grupo de iniciação científica ligado à Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru (SP). O asteroide que Micaele descobriu estava relativamente próximo ao Sol e recebeu o código P11bEV1. Já o nome provisório do asteroide encontrado por Laura é P11bNcu.

Os corpos celestes foram numerados pelo Minor Planet Center, da Universidade Harvard, e agora serão analisados por astrônomos para tentar determinar suas órbitas e outras informações. Após esse processo, que pode levar alguns anos, as garotas poderão escolher o nome oficial dos asteroides se seu ineditismo for confirmado.

Projeto Caça Asteroides da Unesp foi idealizado e é coordenado por outra jovem: Helena Ferreira Carrara, 22, aluna da Licenciatura em Física da instituição.

Sonho astronômico

Micaele estuda na Escola Estadual Professor Estevam Ferri, no centro de São José dos Campos (SP), e é apaixonada pelo Universo. “A astronomia é uma das ciências que mais me causa questionamentos, então eu sempre gostei de me envolver em projetos de pesquisa, voluntariado e olimpíadas científicas“, conta.

A estudante começou a estudar um pouco mais sobre os corpos menores do Sistema Solar e se interessou cada vez mais em saber sobre eles. O Projeto Caça Asteroides ajudou bastante a saciar essa curiosidade.

Foi uma oportunidade única na minha vida, não só de estudar mais sobre os asteroides, mas de, quem sabe, fazer a descoberta de um novo objeto. Contribuir para o meio científico de alguma maneira é um dos meus grandes sonhos

Nas imagens do telescópio, vemos desde enormes galáxias até pequenas rochas. Também podemos encontrar alguns erros de imagens, por isso o olhar atento é crucial. Quando desconfiamos que um ponto pode ser um asteroide, temos de analisar alguns gráficos e dados, como a variação de sua magnitude, declinação e ascensão reta“, explica Micaele.

Depois de perceber um novo asteroide, é preciso olhar para informações mais específicas para diferenciá-lo dos que já foram catalogados. “Descobertas assim ajudam no trabalho de astrônomos, que não têm como analisar todas essas imagens e dados. Sabendo da existência do asteroide, poderão estudá-lo sem perder tanto tempo procurando por ele“, conta a adolescente.

Micaele comemora: “Para mim, a importância dessa descoberta é gigantesca, significa a realização de um sonho e o começo de outros. Deixei um pouco dos meus sonhos registrados no espaço“.

Ela pretende ser cientista, pesquisadora na área da astrofísica ou até engenheira aeroespacial, e lutar pela democratização do meio acadêmico, “incentivando mais meninas, mulheres e estudantes de escolas públicas a fazerem ciência“.

Surpresa com a descoberta

Laura é aluna da Escola Estadual Professor José Vieira de Moraes, na periferia da zona sul de São Paulo. Ela ficou surpresa em, logo nas primeiras análises, ter encontrado um novo objeto.

Durante a análise das imagens, achei que um ponto não tão grande poderia ser um asteroide, por causa de sua movimentação constante e características. Eu já estava muito empolgada por ter achado um asteroide, mas em nenhum momento passou pela minha cabeça que ele pudesse ser inédito

Ela, que planeja se formar em astronomia ou filosofia, acredita que projetos assim podem incentivar mais adolescentes. “Espero que essa descoberta leve esperança para outros estudantes da rede pública que querem seguir carreira na área. Como sabemos, não temos tantas informações e projetos nas escolas que incentivem um primeiro passo como futuros cientistas, astrônomos e astrofísicos.”

Se puder batizar o asteroide no futuro, a paulistana irá homenagear a mãe, Rosilene, que a incentivou a participar do grupo.

A jovem coordenadora

Helena Carrara começou o Projeto Caça Asteroides em outubro do ano passado, com o intuito de divulgar a astronomia para adolescentes com interesse no assunto, mas que “muitas vezes não têm incentivo dos pais nem dos professores“, conta.

Sua equipe faz parte do International Astronomical Search Collaboration (Iasc), uma cooperação internacional no modelo cidadão-cientista, em que pessoas comuns podem procurar por asteroides e contribuir para a ciência.

Ela selecionou cinco alunos do ensino médio para participar e passou a fazer reuniões semanais para treinamento, antes de recebermos as imagens da Nasa. Periodicamente, recebem manuais, dados e imagens do telescópio Pan-Starrs, do Observatório Haleakala, no Havaí. Por meio do Astrometrica, um software para trabalhos astronômicos, as imagens são analisadas e monitoradas pelos participantes.

Quando recebemos as imagens, eu separo um ‘set’ [pasta com cerca de cinco imagens da mesma localização] para cada aluno. Quando analisavam os delas, a Micaele e a Laura perceberam objetos em movimento. Então catalogamos os objetos e enviamos um relatório para o Iasc“, explica a coordenadora. E aí veio a surpresa: uma resposta de que aqueles objetos nunca haviam sido catalogados antes.

Meu projeto tem como objetivo, obviamente, colaborar com as agências espaciais, mas mais importante que isso é incentivar crianças e adolescentes. Ter contato com projetos fora da escola, que trazem contribuições reais para a comunidade astronômica, os deixa confiantes para procurarem mais. Não ficar só naquela coisa de escola e vestibular“, acredita Helena.

Fonte: Pragmatismo Político. Acesse matéria completa clicando aqui