Jornalista é condenado a pagar R$ 19 mil a candidato a prefeito

Guilherme Boulos (PSOL) foi chamado de “gigolô de sem teto” repetidamente por jornalista

O jornalista Augusto Nunes foi condenado em 2ª instância a indenizar o candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) por tê-lo chamado de “gigolô de sem teto” repetidamente. O valor da indenização é de 12 mil reais; a primeira foi de 19 mil.

Nunes repetiu o xingamento ao candidato no programa Pingos nos I’s, apresentado por ele na rádio.  “Ele ficou bravo porque eu o chamei de gigolô de sem-teto. Volto a chamá-lo de gigolô de sem-teto pra ver se ele me processa agora. Quero ver se o próximo juiz do caso vai repetir a sentença.”

A juíza Luciana Pagano repetiu. De acordo com o colunista Rogerio Gentile, do UOL, ela acrescentou que os comentários de Nunes foram “ofensivos” e que o jornalista poderia ter tecido críticas de “forma áspera e contundente” sem ter xingado o candidato. Nunes recorreu novamente da decisão.

Guilherme Boulos
Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura de São Paulo

“Ele ficou bravo porque eu o chamei de gigolô de sem-teto. Volto a chamá-lo de gigolô de sem-teto pra ver se ele me processa agora. Quero ver se o próximo juiz do caso vai repetir a sentença”. E foi condenado.

A República das Milícias é tema de livro de pesquisador da USP

As milícias já existe há um bom tempo nas grandes cidades brasileiras

Recentemente foi lançado o livro A República das Milícias: Dos Esquadrões da Morte à Era Bolsonarista, de Bruno Paes Manso. Manso, jornalista e pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP, comenta que a ideia desse trabalho surgiu logo após o lançamento do livro A Guerra: A Ascensão do PCC e o Mundo do Crime no Brasil.

Na véspera das eleições de 2018 e com o crescimento da onda bolsonarista, Manso detalha que o tema envolvendo milícias era importante para o debate pré-eleitoral, principalmente pelo discurso do até então candidato presidencial Jair Bolsonaro. “Achei que era minha obrigação cobrir esse tema e escrever a respeito, já que era o tema, talvez, mais relevante do momento, e contar um pouco a história da Nova República e falar um pouco dessa era Bolsonaro”, explica o jornalista. De acordo com ele, foi necessário um resgate histórico para entender como é que a gente chegou até aqui.

Em entrevista ao Jornal da USP no Ar, Manso relata que a questão das milícias já existe há um bom tempo nas grandes cidades brasileiras, especialmente a partir dos anos 50 e 60, momento histórico em que as cidades estavam crescendo muito rapidamente, sendo superpovoadas, e, com isso, o medo da desordem era intenso. Usando a violência como instrumento para estabelecer uma ordem, em um resgate de autoridade, surgem no Rio de Janeiro os primeiros esquadrões da morte, que, em determinados casos, eram também ligados à capital federal (naquele momento, o Rio de Janeiro ainda era capital do Brasil).

Durante a ditadura militar, esse movimento se intensifica, no intuito de combater as guerrilhas existentes na época, mas, com a abertura democrática, há uma perda de espaço desses grupos e muitos deles migram para grupos de extermínio ou serviços de segurança privada.

Em uma espécie de antítese ao tráfico de drogas, esses grupos se organizam e encontram o modelo das milícias que conhecemos atualmente por volta dos anos 2000: os defensores das comunidades. “Eles acabam ganhando muito dinheiro com isso, através de extorsão, venda de imóveis irregulares em áreas de proteção ambiental e passam a ser a principal facção do Rio de Janeiro e uma das principais ameaças às instituições democráticas brasileiras pela ligação que eles têm com os políticos, com os policiais, com os juízes e promotores”, conclui Manso, ao observar que o verdadeiro desafio de gestão pública e democracia nessa questão é libertar as comunidades desse embate entre milícias e facções, mostrando que existe uma terceira via.

O livro está disponível em sites como a Amazon, Lojas Americanas, entre outros. Saiba mais ouvindo a entrevista completa no player acima.

Datena e o governador de São Paulo, Dória, se desentendem ao vivo

Governador de São Paulo, Dória e apresentador da Band, Datena se desentendem no ar

O governador de São Paulo, João Doria, e o apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena, discutiram nesta quinta-feira (22) durante entrevista no “Brasil Urgente”.

Enquanto debatiam sobre isolamento social, o jornalista questionou por que Doria dizia que “o pior já passou” enquanto brigava tanto pela vacina. O político retrucou e afirmou que Datena não era médico para discutir sobre o assunto e que deixava a questão para os especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo.

“Datena, volto a repetir para você: são 20 médicos especialistas que cuidam disso, não é determinação minha e nem será sua, com todo respeito que você merece, mas você fica insistindo nisso, você não é médico, não é infectologista, não é especialista. Por isso eu sigo as orientações dos médicos”, afirmou João Doria.

“Nem o senhor é médico, quantas pessoas morreram em São Paulo? São 111 pessoas que morreram em São Paulo [nas últimas 24h]. É quase a metade da França inteira, quase que o total da Espanha inteira, e lá os caras estão fechando tudo e aqui a gente está em fase amarela”, retrucou Datena.

“Não é verdade”, interrompeu o governador. “Deixa eu terminar o meu raciocínio. Depois você diz se não é verdade”, rebateu o comunicador. “Mas não é, estou dizendo a você que não é”, repetiu o entrevistado.

O clima desandou com Doria exemplificando a regressão da Covid-19 na Indonésia, e Datena reiterando que a Europa já previa uma segunda onda do vírus. “Por que tanta briga por causa de uma vacina que não está aprovada? Se o senhor acusa Bolsonaro de estar usando politicamente isso. Bolsonaro está acusando o senhor da mesma coisa”, disparou o apresentador.

“Negativo, Datena. Desculpa, mas eu sigo orientação da ciência. Eu nunca declarei para você nem para ninguém que era uma gripezinha”, observou o governador. “Mas você falou que o pior já tinha passado”, contestou o entrevistador. “O pior já passou mesmo. Estamos em fase de declínio [em São Paulo]. O Jornal da Band toda as noites reproduz isso. Pergunte ao Eduardo Oinegue, que apresenta todos os dias”, sugeriu Doria.

A resposta não agradou Datena, que esbravejou: “Não estou aqui para perguntar para jornalista! Estou aqui para perguntar para o senhor! Você não precisa me mandar perguntar para companheiro meu. Eu estou perguntando para o senhor”.

A pedido do PDT, Supremo vai decidir sobre guerra da vacina

Presidente Jair Bolsonaro já se manifestou e disse que vacina não será obrigatória

O Partido Democrático Trabalhista (PDT) ajuizou uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 6586), com pedido de medida liminar, requerendo que o Supremo Tribunal Federal (STF) fixe a orientação de que compete aos estados e aos municípios determinarem a realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas no combate à pandemia da Covid-19, “desde que as medidas adotadas, amparadas em evidências científicas, acarretem maior proteção ao bem jurídico transindividual”.

O PDT decidiu entrar com a ação em razão de declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que a vacinação contra o novo coronavírus não será obrigatória no Brasil. A agremiação observa que Lei 13.979/2020, que disciplina as medidas excepcionais de enfrentamento da pandemia, prevê, no artigo 3º, inciso III, alínea “d”, a realização compulsória de vacinação e outras medidas profiláticas.

O partido argumenta que o direito à saúde instiga o Estado ao cumprimento das demandas que possam propiciar aos cidadãos uma vida sem nenhum comprometimento que afete seu equilíbrio físico ou mental, englobando todas as medidas que protegem a integridade da pessoa humana. Segundo o PDT, a preservação desse direito fundamental, especialmente em um momento de pandemia, que exige atitudes mais proativas dos órgãos de governo, não é exclusiva da União, competindo também aos estados e aos municípios.

Farmácias ligadas a lavagem de dinheiro são investigas

A operação atinge braço financeiro do grupo paramilitar chefiado por Ecko

Pelo menos 20 farmácias que seriam utilizadas pela milícia são alvos de mandados de busca e apreensão na manhã desta quarta-feira, 21. Os estabelecimentos, segundo a Polícia Civil, são usados para lavar o dinheiro do grupo paramilitar que atua principalmente nas Zonas Oeste e Norte. Um dos alvos é um endereço em Madureira e duas grandes redes de drogarias que são de Campo Grande. O Conselho Regional de Farmácia (CRF) acompanha a fiscalização. Até as 11h20 desta quarta-feira, 10 pessoas foram presas e 8 farmácias interditadas.

“Gerentes e responsáveis legais pelas farmácias foram presos. Encontramos medicamentos de uso controlado sem autorização da Anvisa, o que configura crimes contra a saúde pública. Estamos analisando alguns que poderão configurar crime de tráfico de drogas”, disse Felipe Curi, delegado titular do Departamento Geral de Polícia Especializada.

Segundo a Polícia Civil, foram encontrados medicamentos de uso controlado e anabolizantes. Todas os produtos são levados para a Cidade da Polícia. A operação é realizada pela força-tarefa da Polícia Civil, criada para combater o crime organizado na Baixada Fluminense e também na Zona Oeste e permitir uma “eleição livre” na região.

Em uma farmácia da Rua Carvalho de Souza, em Madureira, os investigadores verificaram os documentos do estabelecimento e vasculharam o depósito onde ficam armazenados medicamentos. Às 10h, a polícia determinou que o local fosse fechado. Pelo menos sete funcionários trabalhavam no lugar.

Na farmácia Cumani, em Madureira, dois funcionários foram conduzidos à Cidade da Polícia para prestarem esclarecimentos. A farmácia foi interditada. Além disso, os investigadores apreenderam documentos e medicamentos.

operação atinge o braço financeiro do grupo paramilitar chefiado por Wellington da Silva Braga, o Ecko. A ação tem como objetivo asfixiar as fontes de renda e interromper comércios e serviços ilegais, que geram lucro para a organização criminosa.

Somente este mês, dois candidatos a vereador em Nova Iguaçu foram assassinados. Mauro Miranda da Rocha (PTN) foi morto no dia 1º em uma padaria. Quase dez dias depois, Domingos Barbosa Cabral (DEM), também foi morto a tiros no município.