Negros não têm vez na gestão de clubes das séries A e B do Brasileiro

 

Presidente da Ponte Preta é o unico negro a presidir um time nas series A e B do futebol brasileiro 

Por Sebastião Arcanjo e José Moraes Neto*

O futebol é uma das expressões culturais mais intensas do planeta  e estamos vivenciando  um  aumento exponencial nos casos de racismo no esporte mais popular do mundo. Do continente europeu passando pela América do Sul e por vários pontos do planeta ,  os caminhos da intolerância se espalharam e o racismo tornou-se uma questão mais importante que o próprio jogo de futebol, onde a derrota não é mais levar um gol : é transformar o esporte em um espelho de uma parte da sociedade que insiste em usar o esporte como um meio de expor a intolerância e o racismo.

Neste contexto, defender e mostrar a democracia racial no esporte é cada vez mais crucial. A Associação Atlética Ponte Preta foi fundada em 11 de Agosto de 1900,  no último ano do século XIX , em um momento em que o mundo assistia a divulgação de inúmeras Teorias Raciais que defendiam a superioridade branca , base do Imperialismo do século XIX e do nazifascismo da primeira metade do século XX.

O próprio bairro da Ponte Preta, em Campinas, formou-se a partir da chegada da ferrovia em 1872 e com ela a primeira bola de futebol foi apresentada aos meninos pelo ferroviário escocês Thomaz Scott. A “pelota” transformou a vida e o sentimento dos jovens do bairro , antigos lavradores , pequenos chacareiros , imigrantes , ferroviários brancos, mestiços e negros, fiscais de linha, caldeireiros , operadores de máquina uniram-se na fundação de um time de futebol e escolheram a data de 11 de agosto, símbolo da chegada da ferrovia em Campinas.

E Miguel do Carmo, o jovem fiscal de linha da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, pisou em campo pela primeira vez em 1900 e transformou-se no primeiro negro do futebol brasileiro. Já no segundo time, de 1908 até 1917, Amparense, Moraes e Benedito Aranha – três jogadores negros – levantaram a taça de campeão da Liga Operária de Futebol em 1912.

O time Ponte Preta nasceu em um bairro popular e operário, recebeu influência do anarquismo e seus ideais de liberdade e tolerância , e aqueles meninos e jovens fundadores resolveram que o ser humano é maior que a intolerância e o racismo, que a dignidade entra em campo e que na ponta da chuteira o futebol pode representar liberdade e igualdade.

De fato, a recente historiografia sobre o futebol brasileiro nos mostra que o futebol nesse país nasceu múltiplo , a apropriação do futebol pela elite branca paulistana teve que conviver com a linha férreas e os bairros operários.

O jornalista Mário Filho revelou para a memória do futebol no país, a importância do Vasco da Gama e seus jogadores negros na conquista do titulo metropolitano da capital federal em 1923, mas já antes dessa data, em Bangu e em outros bairros operários do Rio de Janeiro ,  jogadores negros pisaram nos gramados na luta contra o racismo. E, antes deles, Campinas já era pioneira com a Ponte Preta.

O dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro,  nos remete a reflexão, resistência, luta , liberdade, valorização de pluralidade cultural, tolerância, resgate, memória, história. Das feridas dos canaviais e cafezais às feridas da alma na atualidade, com a certeza do respeito à humanidade, devemos negar com toda autoridade possível  o racismo , o preconceito e a intolerância.

Isto posto, a história é uma construção social. A Ponte Preta é Macaca, o racismo e o preconceito contra os torcedores do clube na década de trinta do século passado foram acolhidos pela torcida como um troféu da resistência, subvertidos em símbolo da luta pela pluralidade. Uma luta que deve ser renovada a cada dia por todos, seja nos campos de futebol ou fora deles.

Se o fato de termos sido a última cidade do país a abolir a escravidão envergonha Campinas, por outro lado temos orgulho em ter a primeira democracia racial do Futebol  Brasileiro.  Da mesma forma, nos inspiramos em iniciativas recentes no futebol como a do Bahia e do Santos para manter os holofotes sobre o tema. Por fim, como aqueles meninos que ousaram fundar  a primeira democracia racial no esporte, nós ousamos sonhar que um mundo sem racismo também é  possível.

* Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, é presidente da Ponte Preta; José Moraes dos Santos Neto é professor e historiador

Música, poesia e história em mais uma edição do Passeio Serenata

Passeio irá percorrer os principais pontos turísticos do Centro da capital
foto – A. Baeta/Agencia São Luís

Os personagens históricos de São Luís vão invadir as ruas do Centro nesta quinta-feira (21), durante o Passeio Serenata, uma realização da Prefeitura de São Luís, por meio da Secretaria Municipal de Turismo (Setur). O ponto de concentração é a Praça Benedito Leite, às 19h, de sairá um cortejo guiado pelas ruas do Centro. A noite será repleta de músicas, informações com um guia de turismo e atuações de atores que interpretarão personagens da cultura maranhense. O evento integra o programa Reviva Centro, uma iniciativa da gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior que estimula a ocupação artística do Centro Histórico de São Luís.

Com o tema “A Poesia Revive”, o enredo do Passeio Serenata atravessará gerações, apresentando personagens como o poeta Gonçalves Dias e a senhora de escravos Ana Jansen a todos que acompanharem o evento. “Nós buscamos enaltecer o patrimônio da cidade por meio de um passeio pelos belos casarios coloniais e também valorizar as personalidades que constituíram para a cultura local e nacional, por meio das apresentações teatrais”, diz a secretária municipal de Turismo, Socorro Araújo.

O Passeio Serenata contribui de forma significativa para que os turistas conheçam a cidade. Não só os pontos turísticos, mas também os artistas, cultura e a história local. Fugindo do convencional, o evento oferece aos visitantes uma São Luís mais lúdica, através de músicas regionais e do cancioneiro popular nacional, e personagens da história ludovicense, em inserções durante o passeio.

ROTEIRO

A rota começa na Praça Benedito Leite, seguindo pela avenida Dom Pedro II, Rua de Nazaré, Rua da Estrela, Rua da Alfândega, mostrando também os detalhes do Beco Catarina Mina, Rua Portugal e finalizando o passeio na Praça da Praia Grande. Todo o caminho será acompanhado por um guia de turismo, músicas e dos personagens dos atores da companhia teatral Bumba Cultura, que vão surgindo ao longo do passeio.

Aumento do fundo eleitoral será definido hoje pelo Congresso Nacional

Congresso votará vários vetos do presidente nesta quarta-feira
foto: Fabio-Rodrigues-Pozzebom_Agência-Brasil

Deputados e senadores reúnem-se hoje para analisar os vetos presidenciais 34 a 38 de 2019 e 24 projetos de lei do Congresso Nacional.

Entre os vetos a serem analisados, está a mais recente reforma das normas eleitorais (Lei 13.877/19). No total, 45 dispositivos da lei foram vetados pelo presidente Jair Bolsonaro (VET 35/2019), incluindo o aumento do fundo eleitoral.

Uma das alterações determinadas pela lei se dá na composição do Fundo Eleitoral, usado para o financiamento de campanhas. O texto aprovado pelos parlamentares previa que o valor do fundo deveria ser definido pelo projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) da União e formado a partir do percentual do total de emendas de bancada cuja execução é obrigatória. Atualmente, 30% do fundo é composto por recursos destas emendas.

O governo alegou que a mudança na composição do fundo representa aumento de despesa pública. “Ao retirar o limite de 30% atualmente vigente, acaba por aumentar despesa pública, sem o cancelamento equivalente de outra despesa obrigatória e sem que esteja acompanhada de estimativa do seu impacto orçamentário e financeiro”, justifica o presidente.

Outra parte vetada do projeto original altera o prazo-limite para requerer a inelegibilidade de candidatos. O texto vetado proibia que a inelegibilidade pleiteada durante o processo de registro fosse usada em recurso contra a diplomação.

Pela regra da anualidade, esse trecho foi vetado por tratar de regras das eleições e, portanto, precisaria estar em vigor um ano antes do pleito de 2020, marcado para 4 de outubro. Ainda que retomado do texto, o dispositivo não deve valer para as próximas eleições.

Caso os vetos sejam rejeitados, os dispositivos serão reinseridos na lei.A sessão do Congresso Nacional está marcada para as 14 horas no Plenário da Câmara.

Confira a pauta completa

Fonte Agencia Câmara

Famílias pobres do Maranhão serão beneficiadas pelo banco de alimentos

Banco vai atender entidades cadastradas e famílias em situação de vulnerabilidade social,

Aprovado pela Assembleia, por unanimidade, na sessão de segunda-feira (18), o Projeto de Lei 492/19, de autoria do Poder Executivo, que cria o Banco de Alimentos do Maranhão, no âmbito da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social. A matéria vai à sanção do governador do Estado do Maranhão.

O artigo primeiro da proposição dispõe que o Banco de Alimentos, equipamento público de segurança alimentar e nutricional no âmbito das estratégias intersetoriais para redução de perdas e desperdícios de alimentos, tem por objetivo a coleta de alimentos para distribuição, diretamente ou mediante entidades cadastradas às pessoas ou famílias em situação de vulnerabilidade social, alimentar e nutricional, referendadas pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas) ou pelo Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

Conforme mensagem enviada pelo Poder Executivo à Assembleia, a criação do Banco de Alimentos visa atender à rede socioassistencial e às famílias em situação de vulnerabilidade nutricional.

“Diante da essencialidade do implemento de políticas públicas mais eficazes de abastecimento alimentar no âmbito do estado, visamos, com este projeto de lei, dispor sobre a criação do Banco de Alimentos do Estado do Maranhão, equipamento de segurança alimentar, par atender às entidades da rede socioassistencial e às famílias em situação de vulnerabilidade nutricional, conferindo o acesso aos alimentos pelos mais diversos segmentos da população”, justificou o governador.

O projeto estabelece, também, as finalidades do Banco de Alimentos, assim como os procedimentos de coleta, o condicionamento e armazenamento de produtos e gêneros alimentícios, perecíveis ou não, desde que em condições de consumo humano, provenientes de doações de estabelecimentos comerciais e industriais, ligados à produção ou comercialização, no atacado e/ou varejo, de produtos e gêneros alimentícios.

Prevê, ainda, o projeto de lei que os produtos também poderão ser oriundos de apreensões por órgãos da Administração Municipal, Estadual e Federal, resguardada a aplicação das normas legais e regulamentares próprias; por doações de produtores rurais e comerciantes que atuam na Central de Abastecimento do Maranhão (Ceasa); aquisição por meio do programa de Aquisição de Alimentos (PAA), e por outros meios, desde que respeitados os princípios e normas da administração pública.

Aliado de Bolsonaro pede exoneração de ministro da Educação

Kajuru não concorda com postura do ministro da Educação

Em discurso nesta segunda feira (18), em Plenário, o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) criticou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, por ofender cidadãos pela internet. O episódio ocorreu na última sexta-feira (15), Dia da Proclamação da República, quando o ministro escreveu um post defendendo a monarquia no Twitter. Alguns seguidores descordaram e fizeram críticas ao ministro, que reagiu contra os seguidores. Para Kajuru, o presidente da Repúlbica, Jair Bolsonaro, não soube escolher o ministro da Educação.

Kajuru sublinhou que Weintraub ficou irritado ao ser criticado e chamou a mãe da internauta de “égua”.

— Na liturgia do cargo de um ministro da Educação, ele pode responder assim para um seguidor, para um brasileiro que apenas discordou quando ele veio falar de monarquia? — indagou o senador.

Kajuru sugeriu que Bolsonaro demita Weintraub e o substitua por alguém que esteja à altura do cargo e tenha competência de um ministro da Educação.

— É de ficar realmente indignado, qualquer adjetivo aqui cabe quanto à revolta. O pior é que, nesse teatro do absurdo, nós temos sido os palhaços. E eu não vou ser palhaço de uma pessoa sem nenhuma sensibilidade e, principalmente, sem nenhuma educação e que agride quem não concorda com ele, usando palavrões contra mãe, contra pai e até contra a aparência física da pessoa — afirmou Jorge Kajuru.

Fonte: Agência Senado