Treinador do Flamengo, Jorge Jesus, pode ser o maior da história

Treinador português, Jesus, vem fazendo história no Flamengo

Não há torcedor que se canse de vencer, isso é certo, mas também é verdade que o rubro-negro sabe que o peso das conquistas da Libertadores e do Brasileiro, há menos de três meses, é muito maior do que o da Supercopa, vencida no último domingo, e o da Recopa, que começa a ser disputada nesta quarta-feira, às 22h30 (horário de Brasília), no Equador, contra o Independiente Del Valle. O segundo e decisivo jogo é na quarta que vem, no Maracanã, onde o Flamengo poderá subir a dois topos de uma vez só: com a taça, se tornará, junto com o São Paulo, o clube brasileiro com mais títulos nacionais e internacionais. O tricolor paulista, porém, orgulha-se de triunfos de maior relevância, afinal, é o único clube brasileiro tricampeão da América e do mundo.

Curtos e muitas vezes pouco valorizados, torneios como a Recopa — disputado entre os campeões da Libertadores e da Sul-Americana — e a Supercopa, entre os vencedores do Brasileiro e da Copa do Brasil — ajudam clubes que foram campeões recentemente a somarem mais conquistas. E sem perder o pique. Se vencer o Del Valle no duelo de ida e volta, o Flamengo terá somado quatro troféus à sua galeria em menos de 100 dias.

Como em todo ranking, há polêmicas. O levantamento não conta os dois títulos de Série B do Palmeiras, o que colocaria o alviverde na liderança. O título brasileiro de 1987 do Flamengo entra na lista, apesar da decisão do Supremo Tribunal Federal que reconhece o Sport como campeão. Em novembro, porém, a CBF disse em comunicado que “considera que o Flamengo é merecedor da designação de heptacampeão brasileiro”, o que já parece o suficiente para as duas equipes ganharem mais um troféu na lista.

JESUS QUER O TETRA

Alheio ao passado, Jorge Jesus começa a responder com taças a pergunta se é o maior treinador da história do Flamengo. Se vencer a Recopa, o técnico se torna o comandante que mais troféus conquistou na história do Flamengo, seguindo os mesmos moldes de torneios oficiais de abordagem nacional e internacional. Atualmente, Jesus está empatado na liderança com Carlinhos e Carpegiani (três títulos cada). O gringo pode levar o Fla ao primeiro título internacional conquistado no Maracanã, local do jogo da volta.

Contando toda a história de títulos do Flamengo, Jesus pode, ainda no primeiro semestre, garantir seu lugar no pódio. Se for campeão da Recopa e do Carioca, o técnico chega a cinco títulos pelo clube, mesmo número de Flávio Costa (penta estadual entre 1939 e 1963) e um atrás de Carlinhos, que tem uma Mercosul, dois Brasileiros e três Cariocas. Detalhe é que Costa dirigiu o Flamengo em 765 partidas. Carlinhos em outras 313. Jorge Jesus comanda hoje o Flamengo pela 44ª vez

Avião atrasa mais de seis horas e complica time do Sampaio Corrêa

Equipe do Sampaio tem jogo importante pela Copa do Brasil, no Mato Grosso do Sul

Os desafios para o Sampaio Corrêa avançar de fase na Copa do Brasil já começaram mesmo antes de a bola rolar. Por conta de um problema no voo da Latam, a delegação Tricolor teve sua viagem para Rio Brilhante/MS adiada em mais de seis horas. Contratempo que desestruturou o planejamento Tricolor e fez os jogadores se desgastarem com a espera no aeroporto.

Previamente agendado para as 16h35, o voo com escala em São Paulo só foi confirmado às 23h00, praticamente na hora da conexão para o MS, originalmente.

Os jogadores lamentaram a situação, mas garantem que o contratempo não irá tirar a motivação do grupo: “Infelizmente é uma situação que foge ao nosso alcance. Chateia, porque estraga o nosso planejamento e essa espera é muito desgastante, mas temos que passar por cima disso e focar no jogo, que será muito complicado. Vamos nos entregar ao máximo para voltar de lá classificados”, declarou o zagueiro Paulo Sérgio.

Problemas à parte, os jogadores viajaram confiantes, na expectativa de garantir a vaga: “É um jogo muito importante para todos nós, e queremos muito conquistar essa classificação. Será uma partida difícil, o time deles é forte, mas estamos preparados para tentar conquistar o resultado positivo”, afirmou o atacante Luan.

A delegação boliviana seguiu viagem com 18 jogadores relacionados pelo técnico João Brigatti.

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Goleiros: Victor Lube e Andrey

Laterais: Kelynton e João Victor

Zagueiros: Paulo Sergio, Marcão e Lucão

Volantes: Everton Dias, Capanema, Ramon e Henrique

Meias: Eloir, Neto e Joãozinho

Atacantes: Luan, Roney, Gustavo Ramos e Matheus

FONTE: sampaiocorreafc.com.br

Morte de jogador deixa celebridades brasileiras abaladas

Ex-jogador Oscar era amigo do craque do basquete americano

A morte repentina de Kobe Bryant gerou muita comoção e homenagens ao redor do mundo. Uma dessas veio de Oscar Schmidt, que era um dos ídolos da lenda do basquete. Em vídeo publicado pelo site “Globoesporte.com”, nosso Mão Santa lamentou a morte do astro da NBA e disse que o conhecia desde a época que jogou basquete na Itália com o seu pai.

– Que notícia triste, é uma tristeza das piores que já senti na vida. Eu lembro do Kobe Bryant criancinha, ele vinha com seu pai no All-Star, e eu conheci o Kobe Bryant nessa idade aí. Depois ele foi crescendo e virou esse negócio aí, uma pessoa que vai além das fronteiras de uma quadra, um moleque que sabia jogar muito bem basquete, ganhou Oscar, teve mil e uma alegrias na vida. Lembro dos dois títulos olímpicos que ele ganhou.

Embargado e com dificuldades em encontrar as palavras, Oscar desejou que Vanessa, a esposa de Kobe, encontre forças para superar essa situação, juntamente com as suas três filhas:

– Só desejo para a Vanessa e para suas três filhas tudo de bom, que não existe tudo de bom, quando você perde alguém dessa importância. Espero que eles possam continuar bem, passar por essa fase ruim que eles vão passar e que possam superar esse momento, esse momento difícil na vida de qualquer pessoa.

Oscar também lembrou com orgulho das vezes que Kobe o citou, sempre com admiração, e falou que considerava o astro da NBA um amigo:

– Da minha parte, sempre senti muito orgulho de suas palavras, do seu jeito de falar de mim. Foi muito bom ser, eu me considerava, amigo do Kobe Bryant.

Kobe deixou um grande legado não só para a NBA, mas também para o basquete mundial. As homenagens por parte das lendas do esporte certamente continuarão aparecendo nos próximos dias.

Flamengo vem com tudo pra cima do Ceará em dia de festa no Maraca

Campeões da América fizeram treino único antes de jogo com Ceará (Foto: Mauricio Val/FVIMAGEM)

Os 57 mil ingressos já vendidos para a partida entre Flamengo e Ceará, nesta quarta-feira, às 21h30, no Maracanã indicam um clima de festa no reencontro do time carioca com a torcida, após os títulos da Libertadores e do Brasileirão. Os jogadores e o técnico Jorge Jesus, no entanto, querem deixar a euforia restrita às arquibancadas. De olho no Mundial de clubes, no próximo mês, o Rubro-Negro quer fazer das quatro partidas que restam no torneio nacional um preparativo para a disputa do torneio internacional, em Doha no Qatar.

A conquista antecipada do Campeonato Brasileiro tira o peso da partida, mas não diminuiu a motivação do elenco de vencer e dar alegria para a torcida. Em coletiva no Ninho do Urubu, na véspera do confronto contra o Vozão, o zagueiro Pablo Marí garantiu que a equipe vai em busca dos três pontos.

– Temos muita vontade de seguir dando vitórias para nossos torcedores. Temos um grupo muito profissional. Estamos muito contentes pelos resultados do final de semana, mas somos muito profissionais, demonstramos isso a cada rodada. Evidentemente, quem entrar em campo no Maracanã vai ser para buscar os três pontos – disse o espanhol.

Além de não poder contar com Gabigol, suspenso pela expulsão contra o Grêmio, o técnico Jorge Jesus deve optar por poupar boa parte da equipe titular, em razão do desgaste com a disputa do título, viagens e comemorações. No treinamento único antes da partida comandado pelo português, nesta terça, apenas Rodrigo Caio e Everton Ribeiro foram mantidos na time principal.

Após o encerramento da partida válida pela 35ª rodada, o elenco rubro-negro receberá o troféu do Brasileirão. Com o caneco nacional em mãos, os jogadores poderão dar a dupla volta olímpica diante de um Maracanã lotado e ávido por exaltar os heróis.

Fonte: Lancenet

Negros não têm vez na gestão de clubes das séries A e B do Brasileiro

 

Presidente da Ponte Preta é o unico negro a presidir um time nas series A e B do futebol brasileiro 

Por Sebastião Arcanjo e José Moraes Neto*

O futebol é uma das expressões culturais mais intensas do planeta  e estamos vivenciando  um  aumento exponencial nos casos de racismo no esporte mais popular do mundo. Do continente europeu passando pela América do Sul e por vários pontos do planeta ,  os caminhos da intolerância se espalharam e o racismo tornou-se uma questão mais importante que o próprio jogo de futebol, onde a derrota não é mais levar um gol : é transformar o esporte em um espelho de uma parte da sociedade que insiste em usar o esporte como um meio de expor a intolerância e o racismo.

Neste contexto, defender e mostrar a democracia racial no esporte é cada vez mais crucial. A Associação Atlética Ponte Preta foi fundada em 11 de Agosto de 1900,  no último ano do século XIX , em um momento em que o mundo assistia a divulgação de inúmeras Teorias Raciais que defendiam a superioridade branca , base do Imperialismo do século XIX e do nazifascismo da primeira metade do século XX.

O próprio bairro da Ponte Preta, em Campinas, formou-se a partir da chegada da ferrovia em 1872 e com ela a primeira bola de futebol foi apresentada aos meninos pelo ferroviário escocês Thomaz Scott. A “pelota” transformou a vida e o sentimento dos jovens do bairro , antigos lavradores , pequenos chacareiros , imigrantes , ferroviários brancos, mestiços e negros, fiscais de linha, caldeireiros , operadores de máquina uniram-se na fundação de um time de futebol e escolheram a data de 11 de agosto, símbolo da chegada da ferrovia em Campinas.

E Miguel do Carmo, o jovem fiscal de linha da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, pisou em campo pela primeira vez em 1900 e transformou-se no primeiro negro do futebol brasileiro. Já no segundo time, de 1908 até 1917, Amparense, Moraes e Benedito Aranha – três jogadores negros – levantaram a taça de campeão da Liga Operária de Futebol em 1912.

O time Ponte Preta nasceu em um bairro popular e operário, recebeu influência do anarquismo e seus ideais de liberdade e tolerância , e aqueles meninos e jovens fundadores resolveram que o ser humano é maior que a intolerância e o racismo, que a dignidade entra em campo e que na ponta da chuteira o futebol pode representar liberdade e igualdade.

De fato, a recente historiografia sobre o futebol brasileiro nos mostra que o futebol nesse país nasceu múltiplo , a apropriação do futebol pela elite branca paulistana teve que conviver com a linha férreas e os bairros operários.

O jornalista Mário Filho revelou para a memória do futebol no país, a importância do Vasco da Gama e seus jogadores negros na conquista do titulo metropolitano da capital federal em 1923, mas já antes dessa data, em Bangu e em outros bairros operários do Rio de Janeiro ,  jogadores negros pisaram nos gramados na luta contra o racismo. E, antes deles, Campinas já era pioneira com a Ponte Preta.

O dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro,  nos remete a reflexão, resistência, luta , liberdade, valorização de pluralidade cultural, tolerância, resgate, memória, história. Das feridas dos canaviais e cafezais às feridas da alma na atualidade, com a certeza do respeito à humanidade, devemos negar com toda autoridade possível  o racismo , o preconceito e a intolerância.

Isto posto, a história é uma construção social. A Ponte Preta é Macaca, o racismo e o preconceito contra os torcedores do clube na década de trinta do século passado foram acolhidos pela torcida como um troféu da resistência, subvertidos em símbolo da luta pela pluralidade. Uma luta que deve ser renovada a cada dia por todos, seja nos campos de futebol ou fora deles.

Se o fato de termos sido a última cidade do país a abolir a escravidão envergonha Campinas, por outro lado temos orgulho em ter a primeira democracia racial do Futebol  Brasileiro.  Da mesma forma, nos inspiramos em iniciativas recentes no futebol como a do Bahia e do Santos para manter os holofotes sobre o tema. Por fim, como aqueles meninos que ousaram fundar  a primeira democracia racial no esporte, nós ousamos sonhar que um mundo sem racismo também é  possível.

* Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, é presidente da Ponte Preta; José Moraes dos Santos Neto é professor e historiador