Brasil está de joelhos para Estados Unidos e China, diz parlamentar

Senadora Kátia Abreu espera que EUA e China ajudem o Brasil com parcerias em vacinas

“Estamos precisando falar para o mundo que nos convertemos em um grande covidário. Representamos um risco global de ser produtor de novas cepas. Precisamos de vacinas, e muitas. Não pode ser a conta-gotas, como estamos recebendo”, afirmou nesta segunda-feira, a senadora Kátia Abreu (PP-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, à BBC News Brasil.

Há semanas, Kátia Abreu articula uma ofensiva no Congresso, independente do Itamaraty, para tentar acessar mais doses de vacinas no exterior para a população brasileira. Seu foco está nos dois maiores parceiros comerciais do Brasil: EUA e China.

“A parceria vai começar que horas? Essa é a hora do Biden ficar de olho, da China se mexer, mostrarem que são amigos. Porque um amigo não deixa o outro de joelhos, não. Queremos comprar, os americanos e os chineses têm pra vender. Vão nos deixar sofrendo? Nós aguentamos, mas jamais esqueceremos”, afirma Kátia Abreu.

EUA e China acumularam problemas diplomáticos com o Brasil nos últimos meses. No caso americano, Bolsonaro chegou a falar em fraude nas eleições presidenciais, quando Joe Biden foi anunciado vencedor sobre o republicano Donald Trump, seu aliado. Com a China, o chanceler Ernesto Araújo e o filho do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro, colecionaram rusgas com o embaixador chinês no Brasil via redes sociais.

Nada disso, para Kátia Abreu, poderia justificar que os dois países não socorressem o Brasil nesse momento.

“Não se pode nivelar o Brasil por baixo, por uma inadequação de dois ou três representantes brasileiros”, afirmou a senadora, sem citar quem seriam tão representantes.

Segundo ela, o Brasil foi prejudicado pelo “negacionismo” do Executivo. O presidente Bolsonaro chegou a dizer que não compraria a “vacina chinesa do João Dória”, em relação a Coronavac, que responde pela maioria das pessoas imunizadas hoje no país, e entrou em embates públicos com a Pfizer, de quem recusou contrato de venda de doses repetidas vezes no ano passado.

Dizendo-se desinteressada em brigas internas e focada na obtenção de vacinas, Kátia Abreu tenta se credenciar como interlocutora internacional.

“O governo brasileiro não é só o Executivo. Se o Executivo abriu mão da interlocução, nós no Congresso não vamos abrir”, afirma a senadora.

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