Vereador que era a favor do fim do isolamento muda após morte do pai

Vereador Silvano teve vários parentes com Covid-19
Foto: reprodução internet

Depois de ver grande parte de sua família infectada pelo novo coronavírus e perder o pai para a doença, o vereador de Belém Sargento Silvano (PSD) mudou de opinião sobre o enfrentamento à pandemia.

Desde o fim de março, quando defendia publicamente o fim do isolamento social e a abertura do comércio na capital do Pará, o parlamentar e pelo menos outros 10 familiares tiveram testes positivos. A luta contra o vírus mudou a atitude do político, antes defensor do presidente Jair Bolsonaro, que passou a criticar as decisões do Planalto.

No dia 27 de março, Silvano publicou texto em rede social defendendo a posição do presidente em cobrar de governadores e prefeitos a abertura do comércio.

Com 30 dias todos verão que o presidente Bolsonaro tinha razão”,escreveu. Em primeiro de abril, o vereador reafirmou a postura, dizendo ter ‘lado’ e não ser ‘traíra’. “Eu me abraço politicamente com qualquer um, menos com o inimigo. Eu tenho lado”, postou.

Já a partir de 12 de abril, Silvano mudou o discurso. “Eu estou do lado da ciência e não de políticos.. Ainda acredito nos médicos, até que provem o contrário”, disse. Mas foi de 20 de abril em diante que o vereador começou a combater as falas do presidente. “Isso não é uma gripinha, como disse o Bolsonaro. O presidente mente para o povo brasileiro. Bolsonaro perdeu o meu respeito! Falo de tudo que tenho sofrido com minha família nesses últimos dias. Misericórdia Deus”, publicou.

Em 24 de abril, depois de contrair e se recuperar do vírus, Silvano foi mais enfático em oposição ao presidente. “Sentido-me decepcionado com o presidente. Como ex paciente de COVID-19, e agora com a saída do Moro, foi o fim de tudo. Daqui a pouco, se continuar assim, vou começar a gritar #ForaBolsonaro”, disse. O pai do vereador ficou internado cerca de um mês com a doença e não resistiu.

“Agora defendo o lockdown. Meu pai, por exemplo, construiu um patrimônio, mas quando foi enterrado não levou nem a roupa do corpo. Foi enterrado no lençol do hospital e em um saco. O que significa isso? Que defendo o isolamento e lockdown. O emprego é importante, mas se tu morrer, vai sem nada, como aconteceu com meu pai. Estão brigando para abrir o comércio, mas se tu morrer, não vai levar nada, amigo”, afirmou Silvano ao UOL.

Fonte: correipbraziliense

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