Bolsonaro cria versão falsa da cloroquina, diz deputado maranhense

Deputado Dr.Yglésio é contrário ao uso da Hidroxicloroquina no combate á Covid-19

“O presidente Bolsonaro deseja criar essa versão falsa da cloroquina como medicamento importante, que não é, porque quer forçar a população a sair de casa. Voltar a trabalhar”. Este é o entendimento do deputado estadual Dr. Yglésio. O parlamentar é médico, com doutorado em fisiopatologia na Universidade de São Paulo. Em conversa com o SLZ612, ele se posiciona de forma contrária ao uso do medicamento no combate ao novo coronavírus, causador da Covid-19.

De acordo com Dr. Yglésio, a intenção do presidente é perigosa porque leva a população a acreditar em uma cura, que ainda não existe, e com isso as pessoas podem voltar a trabalhar precocemente e passam adotar comportamento de risco. “É isso que Bolsonaro quer. Mas sabemos que países que não adotaram o isolamento, como a Suécia, não tiveram manutenção da estabilidade econômica e lá, tiveram perdas significativas”, observou o deputado.

Outro importante ponto destacado pelo deputado maranhense é que, em países com a medicina mais avançada, o protocolo da hidroxocloroquina foi abandonado diante das evidências clinicas de que o medicamento não tem eficácia no combate à Covid-19.

Mesmo sem existirem evidências científicas e com alerta de especialistas sobre riscos à vida, nesta quarta-feira (20), o Ministério da Saúde ampliou o uso da hidroxicloroquina no país. Por determinação do presidente Bolsonaro, pacientes com sinais e sintomas leves do novo coronavírus podem usar a medicação.

O protocolo adotado pelo Ministério da Saúde joga toda a responsabilidade para o paciente, porque ele irá assinar um termo de consentimento para uso do medicamento, mesmo sabendo de efeitos colaterais como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina.

Diante de um quadro onde em um único dia foram registradas 1.179 mortes e quase 18 mil pessoas já perderam a vida, quem não se arriscaria? Além disso, pessoas com sintomas leves e que estão em casa poderão se automedicar, confiando na liberação do remédio pelo governo. “Às vezes, a pessoa não está melhorando com um comprimido, aí acha que com dois vai melhorar e isso pode acarretar, inclusive a perda da vida”. Alertou o deputado Dr. Yglésio.

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