Bolsonaro despenca em pesquisa e se complica

Bolsonaro vê dia base popular ruir em tempos de coronavírus

SÃO PAULO (Reuters) – A desaprovação ao desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro e a avaliação negativa do governo registraram um salto em maio, mostrou pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta terça-feira.

De acordo com o levantamento, a avaliação ruim ou péssima do governo subiu para 43,4%, ante 31% registrados em janeiro deste ano.

A avaliação positiva foi para 32%, ante 34,5% em janeiro, enquanto a regular caiu para 22,9%, ante 32,1%.

A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais.

Já a desaprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro subiu para 55,4%, de 47% anteriormente, enquanto a aprovação caiu para 39,2%, em comparação a 47,8% em janeiro.

A pesquisa mostrou ainda que 51,7% aprovam a atuação do governo federal no combate à pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus que já matou mais de 11 mil pessoas no país, ao passo que 42,3% desaprovam. Mas a aprovação do desempenho dos governos estaduais na pandemia é significativamente maior, de 69,2%, contra uma desaprovação de 26,8%.

Bolsonaro tem entrado em atrito frequente com governadores e criticado duramente as medidas de isolamento social, adotadas pela maioria dos países e preconizadas por autoridades de saúde, pela maior parte da comunidade científica e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para frear a disseminação do vírus.

O presidente tem afirmado que essas medidas terão forte impacto econômico e defendido que apenas as pessoas que pertencem ao grupo de risco para a Covid-19 —idosos e pessoas com comorbidades, como diabéticos, cardiopatas e hipertensos— sejam isolados.

De acordo com a CNT/MDA. 67,3% defendem o isolamento social para todos, enquanto 29,3% acham que ele deveria ser feito somente pelos integrantes do grupo de risco, e 2,6% acreditam que não deve haver isolamento social nenhum.

Diante do quadro de pandemia, o levantamento mostrou que houve uma piora acentuada nas expectativas da população em temas como emprego, renda, saúde e educação.

Para 68.1% a situação do emprego nos próximos meses vai piorar —eram 18,9% em janeiro—, ao passo que 15,1% acreditam que vai melhorar —contra 43,2% em janeiro— e 14,4% entendem que ficará igual —contra 35,4%.

Sobre a expectativa de renda mensal, apenas 8,8% apostam em melhora —eram 34,3% em janeiro— ao passo que 46,7% esperam piora —contra 11%— e 41,6% apostam em manutenção —ante 51,8%.

Mais da metade dos entrevistados, 52,3%, acredita que a saúde do país vai piorar —contra 24,8% em janeiro—, 23,3% esperam melhora —eram 30,5%— e 22,7% apostam que permanecerá da mesma forma —ante 42,6%.

Na educação, 14,1% esperam melhora —36% em janeiro—, 47,4% apostam em piora —21,4% na pesquisa anterior— e 36,5% acreditam que a situação permanecerá estável —ante 40,5%.

A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de maio, em 494 municípios de 25 Unidades da Federação.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.