Por Paulo Cappelli
O juiz federal Alderico Rocha Santos relatou ter sofrido suposta ameaça do empresário Carlinhos Cachoeira. Em ofício enviado à corregedoria do Ministério Público Federal (MPF), o magistrado disse que Cachoeira “mandou recado” dizendo que iria “desmoralizá-lo publicamente”.
Essa desmoralização, segundo ele, teria ocorrido com o vazamento do procedimento administrativo disciplinar (PAD) no qual o juiz passou a ser investigado após comprar duas fazendas por R$ 33 milhões. No âmbito desse PAD, o magistrado enviou um ofício ao Ministério Público:
“Este comunicante [Alderico] informa que em 2012, após decretar a prisão e condenar Carlos Augusto de Almeida Ramos, vulgo Carlos Cachoeira, e mais cerca de 50 policiais, o mesmo mandou a este requerente o recado de que ‘um dia’ iria desmoralizá-lo publicamente”, escreveu o juiz, referindo-se à Operação Monte Carlo.
“Cachoeira é quem mais divulga informações sigilosas no Instagram. Por oportuno, caso entendam-se presentes os requisitos de prisão preventiva de Carlos Cachoeira, como garantia de ordem pública, requer que seja analisada a viabilidade do requerimento da mencionada medida cautelar nos processos em fase de julgamento de recurso perante o TRF-1, já que se trata de coação contra este comunicante, em razão de ter julgado processo contra o mesmo”, continuou Alderico Santos na solicitação enviada ao MPF na semana passada.
Procurado, Carlinhos Cachoeira negou a acusação e foi breve ao comentar o caso: “Esse juiz é um servidor público que tem R$ 1 bilhão em fazendas. E vou provar.”, disse.
O juiz federal Alderico Rocha Santos, que atua em Goiás, pode sofrer a punição máxima na magistratura: a aposentadoria compulsória. Investigações do Ministério Público Federal apontam que ele não teria conseguido comprovar a origem do dinheiro usado na compra de duas fazendas em Goiás. Os imóveis foram adquiridos em 2022 ao custo de R$ 33,5 milhões.
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