Roberto Justus ignora coronavírus e ainda diz que foi sacaneado

Justus ataca colega de tv que está preocupado com o contágio das pessoas pelo coronavírus

Para o empresário Roberto Justus, 64 anos, o coronavírus não passa de uma “gripezinha leve” que só “mata velhinhos”. Opiniões como essa não são novidade, tendo em vista que o próprio presidente Jair Bolsonaro já externou posicionamentos semelhantes.

Mas Roberto Justus foi além. Esbanjando irritação e arrogância, garantiu que o coronavírus não vai matar ninguém na periferia e demonstrou descontentamento com as medidas restritivas e de isolamento anunciadas pelos governos estaduais. Justus está preocupado com os “prejuízos econômicos”.

“Então, na favela não vai acontecer porra nenhuma se entrar o vírus, muito pelo contrário. Essa molecada que está na favela. Criança então, de zero a dez anos nenhum caso. E as crianças nem pegam a doença”, afirmou.

Roberto Justus, que diz ter suas próprias fontes — embora não fique claro no áudio quais são elas –, ignora a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao citar estatísticas a respeito do contágio em crianças.

♦ OMS anuncia morte de crianças por coronavírus
♦ OMS alerta jovens sobre o coronavírus

A respeito da propagação e da letalidade do coronavírus nas camadas sociais mais vulneráveis, Justus também ignora que o primeiro morto no Brasil foi um porteiro em São Paulo e que, no Rio de Janeiro, a primeira vítima fatal foi uma empregada doméstica infectada pela própria patroa.

Ainda na mensagem, Justus diz que seria bom que todos fossem infectados com o vírus, porque “pegaríamos anticorpos e ele [covid-19] acabaria de uma vez”, defendendo uma polêmica tese que foi adotada inicialmente pelo governo britânico, mas logo descartada após a divulgação de alguns estudos.

Essas e outras declarações constam em um áudio que Roberto Justus endereçou ao colega apresentador Marcos Mion.

De acordo com pessoas que fazem parte do grupo de WhatsApp onde a mensagem foi postada, Justus se manifestou após Marcos Mion demonstrar apoio à quarentena e alarmar sobre o alto risco de contaminação da doença nos próximos dias. Mion havia compartilhado o vídeo do doutor em microbiologia da USP, Atila Iamarino.

O áudio está repercutindo nas redes sociais e Roberto Justus confirmou a autoria. “Era um áudio restrito a um grupo de sete amigos, não sei qual deles me sacaneou, estou até um pouco agressivo com o Mion porque ele soltou um vídeo falando de um número alto de vítimas”, diz.

OUÇA O ÁUDIO

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.