Essas questões estão no centro de uma iniciativa criada pelo geógrafo Caio César dos Santos, de 24 anos. O professor carioca organiza rodas de conversa em que participantes refletem sobre “o que é ser homem no mundo”. Sob o nome “Entendendo as Masculinidades”, o projeto propõe espaços de diálogo aberto para homens comuns.
A ideia começou como uma roda de conversa no Rio de Janeiro, em 2018. Depois disso, mais edições foram conduzidas em Curitiba e Natal
As atividades atraíram a atenção das Nações Unidas. Em abril, Caio César embarcou para o Fórum Internacional de Igualdade de Gênero na Tunísia para falar da iniciativa.
“Pude perceber que há muitos trabalhos feitos ao redor do mundo e que estão todos falando a mesma língua”.
Em projetos como o idealizado por Caio César, participantes podem repensar as relações com outros homens e com mulheres. Também refletem sobre o próprio comportamento e identidade.
Isso serve de gancho para rever padrões nocivos atribuídos ao gênero — que se manifestam, por exemplo, em atos violentos.
“Os homens são os protagonistas da violência. Eles morrem mais, matam mais e também se matam mais”, afirma Caio César, que pesquisa masculinidades desde 2016.
“Muitas dessas violências são cometidas por homens que não sabem lidar com o que sentem, com as raivas, com as angústias”.
Mirando a prevenção, iniciativas como essa aprofundam o debate sobre questões que afetam homens, desde paternidade até autoestima.