
Pela primeira vez as Forças Armadas receberão mulheres voluntárias no serviço militar
As Forças Armadas começaram a fazer, na quarta-feira (2), em Brasília, a seleção geral de mulheres voluntárias e homens que se alistaram para o serviço militar inicial, desde 1º de janeiro. O diferencial é que, pela primeira vez, essa etapa faz parte do processo de incorporação das mulheres como soldados do Exército Brasileiro, marinheiros recrutas na Marinha do Brasil, ou soldados de segunda classe, na Aeronáutica.
Diferentemente do público masculino, que, aos 18 anos, de forma obrigatória, tem que se alistar, as mulheres manifestam interesse em vestir a farda militar voluntariamente, na mesma idade.
O número de mulheres que se alistaram superou o número das 1.010 vagas autorizadas neste ano. Até quarta-feira, 2, o Ministério da Defesa contabilizava a inscrição de 27.395 mulheres. O contingente de interessadas tende a crescer, visto que há ainda quase 80 dias para o fim do alistamento, marcado para 30 de junho.
Diante da alta procura pelas vagas militares temporárias, o Exército Brasileiro respondeu à Agência Brasil que, conforme acordado entre o Ministério da Defesa e as Forças Armadas, o número de vagas destinadas às mulheres voluntárias será incrementado, a cada ano.
A capitão do Exército Etiene Busnello, que trabalhou no local da seleção geral dos alistados, nesta manhã, disse que ingressou temporariamente no serviço militar como médica voluntária em 2012. Um ano depois, após prestar concurso público, Etiene passou a integrar as Forças Armadas como militar de carreira. A médica apoia a inclusão da mulher na rotina militar.
“Assim como eu fui, as meninas também são voluntárias a servir neste ano. Eu acredito que é uma inclusão da mulher em todas as áreas, em todos os segmentos do Exército Brasileiro. “Nós já tínhamos oficiais, as sargentas e um tanto de carreiras temporárias. Agora, teremos as soldadas, do segmento feminino, exercendo todas as funções no Exército.”
Seleção geral
Na capital federal, as primeiras 35 brasileiras voluntárias passaram por entrevista, inspeção de saúde, para saber se têm limitações para a prestação do serviço militar inicial (exames clínicos e laboratoriais) e preencheram dados relativos a idade, peso e altura, entre outras formas de seleção específicas da Marinha, do Exército e da Força Aérea.
Inédito no Brasil, o alistamento militar feminino foi autorizado em agosto de 2024. Em entrevista à imprensa, nesta quarta-feira, o chefe do Escalão de Pessoal da 11ª região militar do Exército, coronel Rafael Alves, falou sobre a nova política pública.
“A incorporação das primeiras soldadas no Exército Brasileiro representa um marco histórico de inclusão. Reflexo da sociedade que o Exército Brasileiro defende”, destacou o coronel Rafael Alves.
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